“Fui a primeira dentista deles. Isso foi muito especial, forte”, diz brasileira que atuou como voluntária na missão de Dombe
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Melissa Aparecida Batoki Chad, de Aparecida, atuou como voluntária, entre os dias 2 e 17 de agosto, na Missão de Dombe, em Moçambique, onde as Irmãs Pequenas Missionárias, de São José dos Campos estão presentes há 12 anos. Confira a linda história de amor ao próximo que ela nos contou pouco antes de retornar ao Brasil.
Qual a sua formação e da sua assistente?
Sou Implantodontista pela ITB/ Unifunvic (Fundação Universitária Vida Cristã), Cirurgiã Bucomaxilofacial pela USP e mestranda em Biologia Oral pela USP de Ribeirão Preto. Vim para Moçambique com a minha assistente, a Rayssa Bazilio, que é auxiliar de saúde bucal e está estudando Odontologia na Unifunvic também.
É a primeira vez que você faz trabalho voluntário?
Eu já faço trabalho voluntário há um tempo. Deus é bondoso demais comigo, e pretendo sempre fazer o melhor que puder com as minhas mãos pelos filhos Dele aqui na Terra.
Você criou um projeto de voluntariado?
O nome do projeto é Amigas da Luz – Ubuntu (“Somos um”). É o que eu acredito na minha vida. Eu acho que tudo é uma corrente do bem. A raça, a etnia, a cor, não diferem ninguém. A pobreza e a riqueza não diferem ninguém. O conhecimento não difere ninguém. Somos seres humanos. E o que Deus realmente quer é que a gente dê a mão um para o outro e um ajude o outro. Porque tem muito espaço no mundo. Dá para todo mundo ser muito feliz, crescer muito e ganhar muito no mundo todo. Não precisa ter essa exclusão que existe em algumas regiões.
Como você decidiu ajudar na missão de Dombe?
Fiz a cirurgia de um missionário que estava indo para Moçambique pela Fazenda Esperança e falei que tinha vontade de ajudar. Um seminarista da Fazenda fez a ponte entre a Irmã Mirian, das Pequenas Missionárias, e eu. Você vai vir mesmo? Ela perguntava. Comprei minha passagem e fui. Fui a primeira dentista deles aqui. Isso foi muito especial, forte.
Como você descreve sua experiência em Dombe? Você pretende voltar?
As histórias aqui na África são muito fortes. Chegam na gente como se estivéssemos num filme ou num livro. Não dá para salvar o mundo, mas dá para ajudar muita gente. Essa é a minha frase. E é isso que a gente está fazendo aqui. Ajudando o máximo de pessoas que a gente conseguir. Criamos uma aliança com Dombe e pretendemos voltar, sim. Tem sido muito gratificante. Uma experiência que muda a vida da gente. Uma vez por ano, queremos rodar o mundo, em outras países e em outros continentes.
Quantos atendimentos você fez durante o período que esteve em Dombe? Quais os principais procedimentos que você realizou?
Atendemos mais de 100 pacientes no Hospital administrado pelas Pequenas Missionárias. Fizemos cirurgias, limpeza, restauração e orientação de higienização bucal. Mais de 1.300 pacientes receberam escovas e mais de 500, cremes dentais. Ajudamos a iniciar uma corrente de informações e orientações de saúde.
Qual o problema odontológico mais comum entre as pessoas que você atendeu?
O maior problema odontológico é a perda e a fratura dentária desde muito novos, por conta de nunca terem ido ao dentista. Eu fico muito feliz por ser a primeira dentista em Dombe, mas também acredito que este povo mereça muito mais dignidade. Mas os problemas aqui vão bem mais longe que a odontologia. Eu brinco que a odontologia foi uma desculpa de Deus na minha vida aqui para o que Ele realmente me pediu no coração.
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